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Ano: 2016
Idade: M/16
Duração: 146 min
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Clara é uma sexagenária viúva que vive no edifício Aquarius, situado na zona nobre da Avenida Boa Viagem, no Recife (Brasil). Foi ali que partilhou a vida com o marido, viu crescer os seus três filhos e passou a época mais marcante da sua existência. Com o intuito de construir um condomínio mais moderno naquele mesmo lugar, a Construtora Bonfim conseguiu adquirir todos os apartamentos do prédio, excepto o dela. E, por mais que Clara afirme que não existe preço que a faça vender o seu, acaba por se ver constantemente pressionada a mudar de ideias. Até que, cansada de ser atormentada, resolve retaliar…
Estreado na 69.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro, um filme dramático com realização e argumento de Kleber Mendonça Filho ("O Som ao Redor") e co-produção de Walter Salles (realizador de "Central do Brasil", "Abril Despedaçado", "Diários de Che Guevara", "Linha de Passe" ou "Pela Estrada Fora"). O elenco inclui Sônia Braga, Humberto Carrão, Maeve Jinkings e Irandhir Santos.
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Detalhes Técnicos
Duração: 146 min. |
Vídeo: Widescreen 2.35:1 anamórfico |
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Áudio: Português Dolby Digital 5.1 |
O Cancro de Clara (Pontuação: 6) |
Eis um filme brasileiro recente que merece uma espreitadela, apesar da dificuldade de perceber vários dos diálogos. Clara (Sónia Braga) mora à beira-mar num apartamento num pequeno prédio que, por causa dela, resiste à invasão de torres de betão no litoral da capital pernambucana de Recife. Ela é uma sobrevivente do cancro, e tendo vencido essa doença, sente-se apta a lidar com a empresa construtora que a cerca por todos os lados! Infelizmente o argumento do filme, que é do realizador, deixa a desejar, e aquilo que poderia ter sido uma muito mais tocante história de resistência, acaba por se transformar num exercício maniqueísta e, sobretudo, irrealista. Mesmo assim, o conteúdo dramático de algumas das cenas compensa o espectador pela falta de talento do autor do filme noutras. Talvez Aquarius valha sobretudo pela reflexão que representa sobre o envelhecimento, sobre os conflitos geracionais, sobre o poder da vontade. Sónia Braga está como peixe dentro de água compondo a sua Clara, ela que foi outrora um 'sex symbol' memorável, expondo-se frontalmente sem uma mama (realidade ou ficção?), ao mesmo tempo que mostra que ainda sabe duas ou três coisas sobre sensualidade. Foi pena o realizador não ter sido capaz de melhor, pois tal era possível. Felizmente para ele pôde contar com Sónia Braga, magnífica, para lhe salvar a pele do desastre completo.
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