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Ano: 2015
Idade: M/12
Duração: 112 min
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Val é o tipo de empregada interna que leva o seu trabalho muito a sério. Usa a sua farda de criada impecavelmente engomada, enquanto serve canapés perfeitos; trabalha de manhã à noite ao serviço dos seus patrões abastados de São Paulo, cuidando também com amor do seu filho adolescente, que criou desde bebé. Tudo e todos estão no lugar certo nesta casa elegante até ao dia em que Jessica, a filha ambiciosa e inteligente de Val, regressa da cidade natal para fazer os exames de entrada na universidade. A presença confiante e jovial de Jessica vem destruir o equilíbrio de poder mudo, mas estrito existente naquela.
Notas da Crítica:
“Efeito da moda ou simples coincidência, os raros filmes que nos têm chegado do cinema brasileiro desde há uns meses estabelecem um diálogo intrigante em torno do mesmo assunto: a fractura, social e étnica, que divide o país entre a sua burguesia branca e as populações negras precárias. Seja sob o tom de fábula fantástica (O SOM AO REDOR, de Kleber Mendonça Filho) ou de uma sátira (CASA GRANDE, de Fellipe Barbosa), todos eles traçam o retrato de uma sociedade brasileira desigual, cristalizada nas suas velhas estratificações de classes e nos seus reflexos xenófobos. Quarta longa-metragem da antiga crítica de cinema Anna Muylaert, e primeira a ter distribuição em França, QUE HORAS ELA VOLTA expõe esta realidade em jeito de filme descontraído, que mistura a ternura de uma comédia de costumes com a acutilância de uma crítica social mordaz. No cenário único de uma villa de São Paulo, o filme acompanha o percurso de Val (Regina Casé, estrela da televisão brasileira, aqui com um estilo burlesco encantador), uma empregada doméstica que trabalha há vinte anos às ordens de uma família endinheirada e disfuncional, para a qual cumpre as funções de governanta, de confidente e de mãe substituta. Uma vida de devoção quase cega, que é subitamente abalada pela chegada da filha de Val, adolescente sexy e emancipada, que vai fazer com que a mãe se aperceba do seu estado de extrema subserviência.” - Les Inrockuptibles
“Simultaneamente drama estival, reflexão sobre a educação e declaração de amor à juventude brasileira, esta hábil interrogação sobre os mecanismos de servidão é também uma história cheia de reviravoltas, que deve muito à sua actriz Régina Casé, memorável enquanto ama que silenciou durante demasiado tempo os seus desejos.” - Première
“Com o seu olhar matreiro e o seu sorriso firme como uma muralha, Regina Casé é uma Val de uma bondade desarmante, que gostamos particularmente de ver molhar os pés em plena noite na piscina dos patrões... por fim liberta.” - Télérama
“[O filme] disseca com uma precisão cirúrgica e um humor acutilante temas como a diferença de classes, o amor de uma mãe versus o de uma ama e, ainda, a possibilidade de questionar ou de mudar os privilégios eo rumo de cada um.” - The Hollywood Reporter
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Detalhes Técnicos
Duração: 112 min. |
Vídeo: Widescreen 16:9 anamórfico |
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Áudio: Português Dolby Digital 5.1 |
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Legendas: Português, |
Venha Conhecer Jéssica! (Pontuação: 7) |
Este é mais um filme que não fui ver em sala, mas que vale um visionamento, não como manifesto político-social, mas como história humana passada no meio da alta burguesia paulista, meio esse iteradamente abordado pelo cinema brasileiro - ocorreu-me rapidamente o magnífico filme documental Santiago, esse sobre um mordomo de carne e osso, e não ficcional como Val de "Que Horas Ela Volta". O que há de melhor neste filme é o amor às personagens da sua criadora e autora, e de todos os actores, com destaque para Regina Casé e Camila Márdila. Vamos conviver em casa e em S. Paulo com pessoas, com situações e com problemas inesperados, surpreendentes e em que podemos acreditar, e isso foi conseguido por Anna Muylaert. A jovem filha de Val, Jéssica, grande criação da jovem actriz Camila Márdila, funciona no filme como pivô que vem fazer abanar a sua mãe, mas antes disso a casa dos patrões toda. Ao contrário do "anjo" exterminador da fábula Teorema de Pier Paolo Pasolini, nesta casa dos patrões não estava todo o mundo pronto para a rendição, e enfim Bárbara, a patroa, despacha a invasora para o seu lugar de filha da criada. Nós espectadores não podemos deixar de amar e de nos rever de alguma maneira em cada um destes personagens. Foi pena que o final do filme fosse tão irrealista, talvez em favor do romantismo ou do politicamente correcto, como também aponto como grave problema e obstáculo para os espectadores portugueses a língua que falam muitas vezes as personagens, que supostamente é o "português". Justificava-se a legendagem parcial do filme. Para quem acredita que o português alguma vez será uma língua "unificada", veja este filme!
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