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Ano: 1985
Idade: M/6Q
Duração: 78 min
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Comédia fantasiosa de Woody Allen que possui uma das mais insólitas situações centrais da história do cinema: a interacção entre personagens do cinema e personagens do mundo real.
Cecília (interpretada de forma superior por uma frágil Mia Farrow ) é uma empregada de mesa de New Jersey que, durante o difícil período da Grande Depressão, procura no cinema um escape à sua vida cinzenta e monótona, oscilando entre um marido que a maltrata, Monk ( Danny Aiello ), e um trabalho de que não gosta. Um dia, perde o emprego e mete-se no cinema para ver o filme “The Purple Rose of Cairo”, protagonizado pelo arqueólogo Tom Baxter ( Jeff Daniels ), o verdadeiro príncipe encantado de Cecília. Para perplexidade dela, Tom sai do ecrã directamente para a sua vida, apesar de manter todas as características que tem na tela. Apesar da situação surreal, Cecília deixa-se envolver por Tom, mesmo sendo ficcional. Enquanto as outras personagens dentro do filme desesperam enquanto aguardam que Tom Baxter regresse à tela para terminar o filme, o produtor pressiona o actor que interpreta Tom (também ele interpretado por Jeff Daniels) no sentido deste convencer Cecilia a persuadir a sua personagem a regressar ao filme. Mas instala-se o dilema: será que Tom prefere voltar à tela para acabar o filme ou permanecer no mundo real?
A situação de base é delirante, mas Woody Allen consegue combinar habilmente a comédia com a fantasia, gerando uma bela sátira social aos anos 30 nos EUA, que é também um dos seus filmes mais originais. É exactamente a situação surreal que gera grande parte dos momentos divertidos: a multiplicidade de dimensões acaba também por criar um jogo inteligente e delicioso de ficções cruzadas.
Amplamente premiado, o filme foi nomeado para o óscar de Melhor Argumento, tendo vencido o Globo de Ouro na mesma categoria. Venceu ainda os BAFTA de Melhor Filme e de Melhor Argumento, o césar para o Melhor Filme Estrangeiro e o prémio FIPRESCI do Festival de Cannes.
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