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Detalhes Técnicos
Aproveitando o facto de se estar no ano mítico descrito por Arthur C.Clarke no seu fabuloso livro "2010: Segunda Odisseia", nada melhor do que comentar o filme do mesmo título realizado em 1984 (outra data mítica...será coincidência?) por Peter Hyams.
Passaram-se nove anos desde que a "Discovery" foi estacionada em órbita de Júpiter por Dave Bowman, único sobrevivente da tripulação, pouco antes de desaparecer. Num mundo á beira dum novo confronto mundial, a nave espacial russa "Leonov", levando a bordo uma expedição conjunta americano-soviética, parte para tentar descobrir o que aconteceu realmente em 2001...o que é o Monólito Negro? e que significado terão as ùltimas palavras de Bowman antes de desaparecer:"Meu Deus, está cheio de estrelas!"? Baseado no romance do mesmo título, que Arthur C.Clarke nunca quis escrever por achar que nada mais havia a escrever sobre o assunto e que só o fez após grande insistência dos seus leitores, parecia que as questões levantadas no filme anterior iriam ser finalmente respondidas...engano! porque Arthur C.Clarke apenas respondeu a uma parte das questões, reservando o resto das respostas para os volumes subsequentes. Quanto ao filme de Hyams...receio bem que a montanha tenha parido um rato! Quando em 1983 se começou a falar na possível adaptação do romance ao cinema, o primeiro nome que veio à baila foi o de Stanley Kubrick ou não tivesse sido ele o realizador dessa obra-prima seminal chamada "2001:Odisseia no Espaço" (1968). Kubrick recusou alegando, tal como Clarke, que nada mais havia a dizer e o projecto parecia destinado a ir parar à gaveta. Surge então o nome de Peter Hyams que, sendo fan da obra de Kubrick, disponibilizou-se de imediato a realizar a adaptação caso fosse para a frente. Peter Hyams tinha já realizado um curioso "Capricorn One" (1978) onde se contava a história de uma chegada a marte ficticia; "Outland - Atmosfera Zero"(1981) variação de ficção científica de "O Comboio apitou Três Vezes" (Fred Zinnemann, 1953) onde Sean Connery fazia o papel que fora de Gary Cooper; ou ainda "Star Chamber" (1983) um original thriller de tribunal com Michael Douglas, parecia ser o realizador indicado para tornar os cenários imaginados por Clarke numa realidade. Mas Hyams elevou demasiado a fasquia e algures durante a produção perdeu o norte e perdeu-se nos meandros da obra. Ao esquecer, por exemplo, todo o capítulo do livro dedicado á nave chinesa "Tsien" que despoleta toda a situação que levará a desenvolvimentos importantes, trocando-o por uma situação potencialmente explosiva na terra ( as duas potências, Estados Unidos e Rússia prestes a entrar em guerra...quantas vezes é que já vimos este filme?) banalizou um filme que nunca o deveria ser. Quando comparado com o filme de Kubrick, "2010" fica inevitávelmente a perder. Peter Hyams pretendeu simplificar uma coisa que não o é (quem tenha lido o livro perceberá aquilo que quero dizer) e com essa opção perdeu a aposta. Mas se o próprio autor, que colaborou na adaptação do livro e faz uma aparição Hitchcokiana no filme ( quando Heywood Floyd se encontra com o seu amigo em Washington, Arthur C.Clarke e o velho que está a dar de comer aos pombos sentado no banco ao lado), ficou satisfeito com a abordagem de Hyams, quem somos nós para dizer o contrário? "2010-Ano do Contacto" acaba por ser um filme honesto, sem pretenções a obra-prima, que se vê com agrado e do qual não se pretenda tirar ilações. Feito com todos os meios disponíveis na altura, bons efeitos especiais (toda a "Discovery" teve de ser reconstruída a partir das imagens do filme de Kubrick, pois os planos e as maquetes tinham-se perdido) resultou num fime mediano, que custa a encontrar um rumo. A realização só arranca a partir do meio para o final quando se começa a ver algum resultado e dedicação, graças principalmente aos efeitos especiais. Apesar do elenco onde pontuam os nomes de Roy Scheider, Helen Mirren, John Lithgow, Bob Balaban e até Keir Dullea, o Dave Bowman de 2001 que aqui repete o seu papel. Se bem que seja um bom entretenimento, "2010" fica aquém das expectativas...o que é uma pena! pois o autor e o livro mereciam um filme melhor.
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