Videoclube | Adesão | Ajuda | Preçário | Contactos | Parcerias |
Login ![]() |
![]() Premiados TOP + Reposições Ao Acaso Acção Animação Aventura Biografia Clássico Comédia Crime/Policial Desporto Documentário Drama Família Fantasia Ficção C. Film Noir Guerra História Musical Religião Romance Séries/TV Terror Thriller Viagens Western Erótico |
Detalhes Técnicos
No inicio da década de 60 do século passado, o cinema começava a sofrer uma das suas crises pontuais. Por um lado, as superproduções cinematográficas tinham entrado em decadência desde que “Ben-Hur” (William Wyler, 1959), exemplo maior das superproduções, na cerimónia dos Óscares arrasara a concorrência vencendo onze prémios em doze possíveis e se tornou campeão absoluto durante quase 40 anos. Por outro, a televisão começara a crescer e ameaçava roubar espaço ao cinema com os seus meios técnicos inovadores. Pontualmente surgiram filmes que devolviam ao cinema a dignidade do grande espectáculo e recuperavam um pouco esse espaço que, na década anterior, lhe tinha pertencido inteiramente. “Lawrence da Arábia” é um desses exemplos.
Thomas Edward Lawrence é um Oficial do exército Britânico que, descontente com a vida que leva, aceita ir investigar a revolta das tribos árabes contra os turcos durante a Iª Guerra Mundial. Sentindo uma atracção inexplicável pelo deserto, vai ter uma intervenção decisiva no desenrolar dos acontecimentos. Magistralmente realizado por David Lean, foi o seu projecto seguinte a seguir ao multipremiado “Ponte do Rio Kwai” (1957) que era um excepcional exercício sobre comportamento humano em tempo de guerra tendo como pano de fundo um campo de prisioneiros japonês. “Lawrence da Arábia” insere-se perfeitamente na temática da obra anterior do seu realizador. Graças ao perfeccionismo latente de Lean, pode dizer-se que este filme prolonga o choque dos comportamentos que percorrem todo o universo de “A Ponte do Rio Kwai”, apesar de ambos se situarem em guerras e cenários diferentes, esse conflito está sempre presente mesmo quando se estende ao cenário e personagem principal de todo o filme: o deserto. Essa percepção faz-se na cena em que Lawrence simplesmente apaga o fósforo com um ligeiro sopro e a acção passa para o deserto, assinalando o seu inicio um magnifico nascer do sol e a excepcional e inconfundível banda sonora de Maurice Jarre. É difícil, hoje em dia, dissociar as orquestrações de Jarre das belissímas imagens que Lean nos proporciona ao longo das quase quatro horas de duração do filme. Nunca o deserto foi tão bem filmado e nos pareceu tão interminável como neste filme. Todo o filme é um desfilar de cenas brilhantemente construídas como por exemplo o primeiro encontro entre Lawrence e o Xerife Ali com este a aparecer no horizonte e a aproximar-se lentamente ante a curiosidade do militar inglês; a travessia do deserto a caminho de Aqaba; a própria movimentação das tropas de Auda; só para citar alguns dos exemplos marcantes do filme. As cenas de acção são excepcionalmente bem encenadas e coreografadas. Hà, para além do cuidado posto na realização, um sentido de espectáculo próprio de uma superprodução nas cenas como por exemplo na do ataque a Aqaba; a sabotagem das linhas férreas; ou na carga que Lawrence manda fazer sobre as tropas Turcas em retirada; para além da própria tomada de Damasco que é, talvez, a cena mais bem conseguida de todo o filme. Baseado na obra homónima de T.E.Lawrence “Os Sete Pilares da Sabedoria”, onde somos confrontados com as impressões, os pensamentos e as opiniões do militar sobre o conflito entre Àrabes e Turcos, onde ele participou activamente. Personagem complexa como ele próprio se apresenta, ninguém, tal como as pessoas que, no inicio do filme, assistem ao seu funeral e falam sobre ele (a última das quais é irmão, na vida real, de T.E.Lawrence), chegou realmente a conhecê-lo. Interpretado por um elenco de luxo onde, para além de actores consagrados como Alece Guiness, Omar Sharif ou Anthony Quinn, se encontrava um quase estreante de nome Peter O’Toole sobre quem caiu a enorme responsabilidade de interpretar o papel de Lawrence, o que faz com considerável sucesso, mercê de algum treino adquirido nos palcos londrinos e que iria marcar a carreira do actor para todo o sempre. Apesar de já ter uma carreira longa, onde interpretou todo o género de personagens, desde vilões a aventureiros passando por papéis dramáticos e cómicos, O’Toole nunca conseguiu desvincular-se desta personagem. Produção acidentada, conheceu vários momentos em que esteve para nunca acontecer principalmente devido a conflitos que opunham o realizador David Lean ao seu produtor Sam Spiegel. O próprio filme acabou por ser vitima disso mesmo: Pouco tempo antes da estreia, Spiegel achou que o filme era grande demais e decidiu reduzir-lhe a duração. Contra os protestos do realizador, o filme foi reduzido para uma versão de 188 minutos e foi essa a versão que estreou em 1962 e que se manteve até meados da década de 70, quando o filme já era famoso e David Lean já não realizava devido ao fracasso comercial e critíco que tinha sido “A Filha de Ryan” (1970), o filme foi então remontado e a sua metragem aumentada para 210 minutos e feita nova estreia com considerável sucesso. Finalmente em 1989, Lean, com a ajuda de vários realizadores entre os quais se contavam Martin Scorsese, Steven Speilberg, Francis Ford Coppola e George Lucas, confessos admiradores do realizador, conseguia restaurar o filme na sua duração real de 222 minutos, com imagem e som, principalmente do material novo, melhorado. O sucesso obtido por esta nova restauração foi enorme levando a uma nova estreia, desta vez com pompa e circunstância, conseguindo o feito de chegar a um novo público e a consequente elevação do filme à classificação de obra-prima do cinema. Filme de aventuras, filme de guerra, drama, “Lawrence da Arábia” foi galardoado com sete Óscares da Academia, incluindo Melhor Filme do Ano e Melhor Realizador . Considerado como um dos melhores filmes de sempre, presença obrigatória em qualquer Dvdteca, continua, passados estes anos todos, a ser um dos melhores exemplos do género que se chamou superprodução e é sem dúvida nenhuma o melhor filme de aventuras da história do cinema.
Se gostou deste título, também recomendamos:
Alugar filmes
na Cineteka é cool e barato ver filmes piratas custa o emprego a pessoas como tu...
faz a diferença »
|
![]() Últimos comentáriosPróximos Lançamentos |